quinta-feira, 24 de maio de 2012

PABLO NERUDA

PABLO NERUDA
 
“Morre lentamente quem não viaja,
 quem não lê,
 quem não ouve música,
 ... quem destrói o seu amor-próprio,  
quem não se deixa ajudar. 
Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito e do trabalho,
 
repetindo todos os dias o mesmo trajeto,
 
quem não muda as marcas no supermercado,
 
não arrisca vestir uma cor nova,
 
não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem evita uma paixão,
 
quem prefere o “preto no branco” e os “pontos nos is” a um turbilhão de emoções indomáveis,
 
justamente as que resgatam o brilho nos olhos,
 
sorrisos e soluços, coração aos tropeções, sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho,
 
quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,
 
quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante,
 
desistindo de um projeto antes de iniciá-lo,
 
não tentando um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,
 
recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior do que o simples ato de respirar.
 
Estejamos vivos, então!”

Paulo Neruda

 Andréa Cristiane

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